O mercado é composto daqueles que
ofertam e daqueles que demandam, num linguajar mais utilizado pela Economia. Ou
daqueles que pretendem vender e daqueles que pretendem comprar, num linguajar
mais objetivo e simples. No mercado há uma infinidade de vendedores e de
compradores e estes são diversos e diferentes, aquilo que podemos chamar de
heterogêneos. Nessa mar de opções, em alguns casos é importante conseguir se
apresentar de forma diferenciada dos demais.
Martins vende pasteis em feira,
uma tradição de três gerações em sua família. Mas ele pessoalmente estava
cansado de realizar o seu comercio cada dia em um local diferente, de ficar
exposto ao clima, passando muito calor no verão e muito frio no inverno. Todo
inverno era a mesma historia, gripe e cama.
Assim resolveu abrir seu negócio
de venda de pastel e caldo de cana no bairro onde mora. Decidiu-se por uma loja
de rua, perto de um movimentado ponto de ônibus aonde as pessoas iam e voltavam
do trabalho no centro.
Mas Martins precisava de um nome
para colocar no luminoso da loja. Pensou em colocar o nome de Dois Irmãos. Anita,
sua mulher, que estudou negócios, falou pra ele pensar melhor porque marca é
uma coisa importante em um negócio.
Ela lhe contou que marca é um
nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de
identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de
diferenciá-los de concorrentes, assim, ele deveria pensar numa marca que
aproximasse sua oferta do seu publico consumidor, que comunicasse seu propósito
e os atributos de qualidade de seu produto (tradição na venda de pasteis de
alta qualidade, feitos na hora, crocantes, quentes, com recheio fresco e farto),
dos valores que acredita (utilização de bons insumos e tratar os clientes com
presteza e educação), e dos benefícios que pode trazer ao cliente (uma
alimentação rápida, saudável e com higiene), comunicação esta que deve se
situar dentro do contexto em que ele e seu público se encontram.
Martins arregalou os olhos e
disse: “Minha marca tem que comunicar tudo isso? Desse jeito vou precisar
escrever um livro”.
Anita riu e disse pra ele que não
necessariamente de imediato a marca conseguiria comunicar todo esse volume de informação
mas que também não só a marca comunica, mas a fachada da loja, as instalações,
a arquitetura, a iluminação, os uniformes, o asseio do local, enfim, que havia
uma infinidade de elementos que também trabalham a comunicação.
Martins pesquisou, escolheu
quatro nomes diferentes e perguntou pra sua esposa, para alguns familiares e
alguns amigos sobre qual seria o melhor nome. Quando ele se decidiu pelo nome,
começou a pensar no logotipo, ou seja, no tipo de fonte, tamanho, cores que
utilizaria para ilustrar sua marca. Pensou também se deveria utilizar uma foto
ou desenho de pastel ou adotar um personagem. Fez várias simulações, perto de
umas vinte, e perguntou para o mesmo grupo que havia apresentado antes. Assim
acabou tomando sua decisão com aprovação de sua esposa.
Sobre o Autor
Alberto Ajzental é Engenheiro Civil pela POLI-USP. Mestre e Doutor pela EAESP-FGV. Foi e é Professor de Estratégia de Negócios, Marketing e de Economia nas escolas ESPM-SP e EESP-FGV. Autor dos livros A Construção de Plano de Negócios - Ed. Saraiva, História do Pensamento em Marketing - Ed. Saraiva e Complexidade Aplicada à Economia - Ed. FGV.