Marco tem um
negócio de perfumes e essências no centro de São Paulo.
Vende as
essências concentradas, álcool para diluir, parafina e moldes para quem deseja
fabricar velas e glicerina e moldes para quem deseja produzir sabonetes
artesanais.
Andando pela
loja você ainda encontra quase que um número infinito de vidrinhos, vaporizadores,
laços, caixinhas e enfeites.
A loja conta com
dezessete funcionários sendo oito balconistas, dois caixas, dois estoquistas, um
segurança, um faxineiro, dois entregadores e um gerente.
Em Dezembro, com
a chegada das festas de final de ano, o movimento praticamente dobra e nesta
época Marco contrata mais quatro balconistas temporários para trabalhar somente
neste mês, além de deslocar um dos atendentes que trabalha há muitos anos com
ele para reforçar o caixa, trabalhando assim com três caixas.
Passando a
loucura do final de ano, desde janeiro até o Carnaval o movimento cai para
metade de um mês regular, ou para um quarto do movimento de Dezembro, que havia
dobrado.
Obviamente não
contará com os funcionários temporários, mas com certeza não precisa para este fraco
período do total do efetivo de dezessete funcionários.
Então, como ele
sabe que deve conceder férias remuneradas de trinta dias*, e na sua cabeça esta
concessão de férias é como um “passivo”, ou seja, uma obrigação futura que ele
deve realizar em algum momento, ele aproveita para conceder quinze dias de
férias para metade do pessoal na primeira quinzena de Janeiro e para a outra
metade na segunda quinzena.
Desta forma, ao
longo do ano, restará à empresa conceder um saldo de quinze dias para cada um
dos funcionários, o que causará menos impacto para a empresa no quesito falta
de funcionários.
Vale lembrar que
os funcionários representam uma parte muito importante dos recursos que a
empresa dispõe para atender aos seus objetivos, porém não são os únicos
recursos.
Estoques de
matéria prima, estoques de produtos acabados, capital de giro e equipamentos
também são recursos à disposição da empresa e também devem ser bem geridos face
às sazonalidades inerentes do negócio e da estratégia adotada.
Olhar para
frente, conhecer os recursos disponíveis da empresa, conhecer a sazonalidade da
demanda e realizar a gestão estratégica destes, faz com que sejam evitados sobressaltos,
inclusive evitam-se desperdícios de recursos e dinheiro.
(*há outras opções e formas de realizar esta
concessão de direitos, para maiores detalhes, consulte seu contador, principalmente
tendo em vista a nova lei trabalhista).
Sobre o Autor
Alberto Ajzental é Engenheiro Civil pela POLI-USP. Mestre e Doutor pela EAESP-FGV. Foi e é Professor de Estratégia de Negócios, Marketing e de Economia nas escolas ESPM-SP e EESP-FGV. Autor dos livros A Construção de Plano de Negócios - Ed. Saraiva, História do Pensamento em Marketing - Ed. Saraiva e Complexidade Aplicada à Economia - Ed. FGV.